Deixados de fora do último do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2022, ninguém sabe ao certo o número de pessoas em situação de rua em Goiânia. Segundo a última pesquisa, realizada em 2019 pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a população nestas condições chegava a 1,9 mil. Muitas vezes, nem os eleitores parecem estar na lista de prioridades dos pré-candidatos, quem dirá aqueles que não têm registro civil ou qualquer tipo de documentação. No Brasil, são mais de 280 mil desabrigados, segundo o IPEA.
Em 2021, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) divulgou um relatório no qual Goiânia foi destacada como a cidade mais desigual da América Latina, baseado no Índice de Gini, que mede a desigualdade social com um resultado de 0 a 1. Goiânia marcou 0,65, considerado extremamente elevado. O relatório considerou fatores como renda per capita, nível educacional, expectativa de vida e índice de pobreza. Desde então, o crescimento da desigualdade é visível para aqueles que andam nas ruas -para além dos condomínios- e conhecem a cidade.
As ruas estão cheias de desabrigados. O incômodo, de fato, só começa quando os problemas respingam na classe média alta goiana. A população mais vunerável ocupa as praças centrais, a Avenida Independência, os terminais de ônibus e busca lugares onde é menos indesejada. Até mesmo a arquitetura urbanística é pensada para não abrigar aqueles que mais precisam.
Arquitetura hostil é um design urbano intencionalmente criado para desencorajar comportamentos indesejáveis em espaços públicos. Este tipo de arquitetura inclui elementos que dificultam ou impedem atividades como o uso prolongado de bancos por moradores de rua, a prática de skate ou patins, e a permanência de grupos de pessoas em determinadas áreas. Exemplos comuns incluem bancos com divisórias, pinos ou espigões em superfícies planas, estruturas inclinadas e pisos texturizados.
Em resposta ao Jornal Opção, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SEDHS) informou que existe uma proposta de pesquisa em andamento para a realização de um novo censo pelo Necrivi em parceria com a UFG, mas não espeficicou quando ficará pronto.
Quais são as propostas dos pré-candidatos a Prefeitura de Goiânia para solucionar a grave crise de moradia enfrentada pela cidade mais desigual da América Latina?