sábado , 21 setembro 2024
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Mãos que produzem água: agricultores do DF recuperam nascentes

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No Distrito Federal, alguns produtores rurais — de regiões que compreendem a Bacia Hidrográfica do Alto Rio Descoberto e a Bacia Hidrográfica do Ribeirão Pipiripau — participam do Programa Produtor de Água, idealizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e apoiado por diversas instituições locais. A iniciativa tem o intuito de conservar os recursos hídricos no meio rural, além de ações de readequação de estradas rurais, construção de pequenas barragens e educação ambiental

O Correio conheceu as iniciativas, que têm como objetivo manter a quantidade e qualidade da água dessa duas bacias hidrográficas cravadas no Cerrado, que é lembrado e comemorado durante o mês de setembro.  Segundo maior bioma do Brasil, responsável por cobrir 25% do país, o Cerrado é considerado o “berço das águas” por abrigar importantes nascentes, além de ser solo por onde passam diferentes bacias hidrográficas.

Na Bacia do Pipiripau, na divisa do Distrito Federal com o município de Formosa (GO), o programa foi implementado há 13 anos e, atualmente, é coordenado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa). Segundo Wendel Lopes, coordenador da iniciativa, são 14 instituições parceiras que colaboram  para aumentar a disponibilidade de água por meio da aplicação de técnicas de conservação do solo e de reposição da cobertura vegetal em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. 

Segundo Icléa Silva, engenheira ambiental da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) que atua na Pipiripau, desde o início do projeto, cerca de 210 produtores aderiram à iniciativa e mais de 400 mil mudas de árvores foram plantadas na região. “O que difere o “produtor de água” de outros programas de revitalização de bacias é a adesão voluntária do produtor rural, que se torna parceiro e recebe remuneração.

Os pagamentos são realizados anualmente, com base nas particularidades de cada área rural, e o contrato com cada produtor tem duração de cinco anos, podendo ser renovado. Além do auxílio financeiro, são construídas cercas e sistemas necessários nas propriedades, além das mudas de plantas que são entregues sem qualquer custo. 

Educação ambiental 

Ao Correio, os produtores de água contaram, orgulhosos, que recebem em suas propriedades crianças e adolescentes de escolas públicas do DF para aprender sobre as áreas de preservação. Desde 2018, ocorre na Bacia Piripau, entre os meses de outubro e dezembro, a ação Produtor de Água Mirim, onde são plantadas cem mudas em cada propriedade, envolvendo crianças e adolescentes no plantio. No final deste ano, a ação também ocorrerá na região da Bacia do Descoberto.

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