A necessidade da responsabilização de envolvidos em crimes digitais, assim como orientar os pais sobre o uso de tecnologias pelas crianças foram temas discutidos no Podcast do Correio.
Em entrevista aos jornalistas Mariana Niederauer e Pedro Grigori, do Correio Braziliense, Karina Rocha, promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), defendeu a regulação das redes sociais e destacou a necessidade de mais formas de controle do acesso à internet pelos menores de idade. Confira a entrevista:
Como o Ministério Público tem atuado para conseguir punir as pessoas relacionadas a esses casos?
O Ministério Público tem uma atuação protetiva e também na responsabilização em relação aqueles que praticaram crimes no âmbito digital. Esse é um tema atual, mas não é recente. A partir do momento em que a criança ou o adolescente é inserido nesse meio, não se sabe como eles irão reagir. Porque eles podem ser vítimas, mas também podem ser autores. O caso da Sarah nos coloca dentro de um princípio da responsabilidade do Estado, sociedade e da família. Temos que pensar sobre a perspectiva de responsabilizar vários atores.
A maior dificuldade é o quanto a gente pode pensar de responsabilização parental e responsabilização do Estado. Quanto a família vitimada pode se voltar contra o Estado. Há uma necessidade de aprofundar a investigação nesses casos. Além dessa dificuldade na responsabilização, que é muito necessária, a educação digital para fins de proteção é muito mais que só discutir a responsabilização. Por vezes, os pais só entregam o aparelho para o filho sem oferecer um preparo. É necessário que haja uma divulgação ampla para educar digitalmente os pais. Eles também precisam dessa preparação.
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