Quase 2,4 mil crianças e adolescentes com deficiência sofreram violência sexual no Brasil em 2023, segundo o Atlas da Violência. A maioria das vítimas são meninas de até 19 anos, totalizando 1,9 mil casos. No entanto, esses números podem estar subnotificados, pois muitas vezes a violência não é denunciada, especialmente quando envolve crianças e adolescentes com deficiência, que estão ainda mais vulneráveis.
A psicóloga Marina Poniwas, ex-presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, explica que a vulnerabilidade dessas crianças se deve a contextos de dependência, isolamento e invisibilidade, tanto no âmbito familiar quanto institucional. Ela critica a falta de reconhecimento dessas crianças como cidadãs plenas, o que perpetua um cenário de impunidade.
A jornalista Patrícia Almeida, mãe de Amanda, que tem síndrome de Down, enfrentou essa realidade ao retornar do exterior. Ela co-criou o projeto Eu me Protejo, que desde 2020 oferece materiais educativos para prevenir a violência sexual. No entanto, a falta de apoio governamental e a negligência política continuam a deixar essas crianças em risco, sem políticas públicas efetivas para protegê-las.
Deixe um comentário