O Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro) lançou a websérie Andorinha, que deveria ser uma celebração do legado do poeta e dramaturgo Abdias Nascimento, mas expõe a triste realidade de negligência com seu acervo. A preservação do patrimônio cultural de Abdias, que inclui obras de arte, livros e registros de uma trajetória negra no século 20, enfrenta desafios significativos, refletindo a falta de apoio e reconhecimento adequado.
O nome Andorinha, escolhido para simbolizar a força do coletivo, ironicamente destaca a solidão do Ipeafro na luta para manter viva a memória de Abdias. A websérie revela que, apesar dos esforços do instituto, a gestão do acervo é uma batalha constante contra a falta de recursos e a indiferença pública. O Ipeafro, fundado por Abdias nos anos 1980, trabalha em rede, mas a falta de apoio governamental e social é evidente.
Com sete episódios, a série mostra os bastidores do Ipeafro, onde pesquisadores, artistas e técnicos enfrentam dificuldades para preservar documentos, obras de arte e livros. O acervo, que inclui cerca de 3.500 livros, 600 obras artísticas e 20 mil imagens, está inscrito no Programa Memória do Mundo da Unesco, mas isso não garante a proteção necessária. A websérie deixa claro que, sem um esforço maior, o legado de Abdias Nascimento pode ser perdido para as futuras gerações.
Deixe um comentário