A inauguração da nova agroindústria na Ilha das Cinzas, na Ilha do Marajó, no Pará, trouxe preocupações alarmantes sobre o impacto ambiental na região. Embora inicialmente pareça um avanço, a instalação ameaça a delicada ecologia da Amazônia. A construção, que se destaca entre as casas de palafitas, pode levar a uma degradação significativa do ambiente local. Aumentar a renda das famílias extrativistas em 60% parece positivo, mas a que custo? Durante a cerimônia de inauguração, os irmãos Josi e Francisco Malheiros, figuras centrais da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic), não esconderam sua emoção, mas ignoraram os riscos ambientais. A diversificação produtiva, que começou com a pesca de camarão e evoluiu para a colheita de frutos como açaí, patauá, ucuuba e murumuru, pode estar comprometendo a sustentabilidade da floresta. A parceria com a empresa Natura, que aumentou a produção para 200 toneladas de murumuru e 100 de ucuuba anuais, está levando a uma exploração intensiva das espécies, ameaçando sua sobrevivência. A introdução de tecnologias como sistemas de energia solar, embora pareça inovadora, pode não compensar o dano ambiental causado pela industrialização crescente na região.
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