Com o período chuvoso, a quantidade de acidentes envolvendo escorpiões no Distrito Federal (DF) cresce. Das 52 notificações de ataques de animais peçonhentos na primeira semana deste ano, 44 (85%) foram protagonizadas pelo animal, de acordo com a Secretaria de Saúde (SES-DF).
“Esses meses de chuvas combinam o fato de ser a época da reprodução da maior parte das espécies de escorpiões do Cerrado”, explica o professor Reuber Brandão, do Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação da Universidade de Brasília (UnB). Ele acrescenta que os lugares ocupados pelos escorpiões ficam alagados e, por isso, eles buscam abrigo dentro das casas.
O especialista destaca formas de evitar o problema. “É importante não amontoar entulhos, como restos de obra ou madeira perto das casas, porque atraem os animais. Também inspecionar os locais que podem servir de esconderijo para eles. Além disso, é importante combater as baratas, porque na área urbana elas são o maior alimento e atrativo para os escorpiões”, elenca.
Reuber complementa sobre onde verificar a presença do artrópode: caixas de gordura, caixas de transmissão de água, telefonia. “São lugares escuros, relativamente úmidos e protegidos de mudanças de temperatura, nos quais eles gostam de se abrigar”, alerta.
Letalidade
A tendência neste começo de ano é a mesma de 2024, quando houve 4,3 mil acidentes, sendo 3.995 em residentes no DF. Desse total, mais de 3,4 mil casos foram causados por escorpiões.
Conforme a SES-DF, embora o número seja preocupante, a letalidade histórica desses acidentes na capital permanece igual ou inferior à média nacional.
Em 2024, ano que registrou 3.995 casos no DF, houve um óbito. Cerca de 90% das ocorrências foram classificadas como leves e 7,4%, moderadas.
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