A Bienal do Livro do Rio de Janeiro começou nesta sexta-feira (13) com a presença da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, mas o evento já está envolto em polêmicas. A entrevista com Chimamanda, mediada por Taís Araújo, ocorreu no palco Apoteose do Riocentro, mas muitos criticam a escolha de um local de difícil acesso para a população de baixa renda da Zona Oeste da cidade.
A programação inclui autores internacionais como Cara Hunter e Brynne Weaver, mas a falta de diversidade e representatividade é evidente. Enquanto autores estrangeiros são destacados, escritores nacionais como Jeferson Tenório e Raphael Montes parecem ser apenas coadjuvantes, levantando questões sobre a valorização da literatura brasileira.
A iniciativa social de arrecadação de livros para bibliotecas comunitárias, coordenada pela ONG Favelivro, é vista por muitos como uma tentativa de mascarar a exclusão. Críticos argumentam que a distribuição de livros não resolve o problema estrutural de acesso à educação e cultura nas favelas, onde a desigualdade é flagrante.
O aplicativo oficial do evento, que deveria facilitar o acesso à programação, tem sido criticado por sua complexidade e pela exclusão de quem não possui smartphones ou acesso à internet, evidenciando mais uma vez a desconexão entre a organização do evento e a realidade da população carioca.
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