Cadeiras quebradas, comida estragada e mal armazenada, tarefas em excesso… Funcionários e ex-funcionários do Instituto do Carinho, entidade que dá abrigo a crianças em home care, têm reclamado de acúmulo de função, sobrecarga e más condições de trabalho, descanso e alimentação. Ao menos cinco pessoas procuraram apoio jurídico contra a empresa, que tem sede na QNN 5, em Ceilândia. Algumas delas enfrentam problemas de saúde mental desencadeados pelo emprego.
Os problemas teriam se iniciado há pelo menos cinco anos. As trabalhadoras alegam que eram contratadas como cuidadoras e/ou mães sociais, mas acabavam atuando como técnicas de enfermagem e enfermeiras sem nenhuma remuneração adicional.
Uma das funcionárias detalha ao Metrópoles as funções extras que acabavam tendo que cumprir para o bem dos pacientes. “Eu já fiz aspiração de traqueostomia, curativos, irrigação intestinal… monitorava os pacientes o tempo todo, e quando algum deles passava por alguma intercorrência, eu tinha que intervir para estabilizá-lo e colocá-lo em suporte de oxigênio”, descreve a mulher, que terá a identidade preservada.
Falta de estrutura
Além do acúmulo de função, os colaboradores sofriam sem intervalos pré-determinados e locais adequados para descanso. “A gente descansa quando dá. Por muitas vezes, tirei horário de descanso na enfermaria junto com os pacientes”, relata a empregada.
“As cadeiras eram duras e quebradas. Houve uma época em que nem os assentos nós tínhamos, acabávamos deitando em tatames no chão”, relembra.
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