A 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (SB 62) começou nesta segunda-feira (16) no Centro Mundial de Conferências de Bonn (WCCB), na Alemanha. A reunião, que se estende até o dia 26, é a primeira rodada presencial do ano para negociações globais sobre o tema e determinará quais debates devem prevalecer em novembro, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). No entanto, as expectativas são baixas, com muitos temendo que pouco progresso será feito.
De acordo com Míriam Garcia, gerente de Políticas Climáticas do WRI-Brasil e integrante da delegação brasileira em Bonn, o primeiro desafio é a reconstrução de um ambiente de confiança. A conferência em Baku [COP29] foi marcada por tensões extremas, com delegações saindo da sala no último minuto, o que deixou marcas profundas no processo multilateral. A falta de confiança entre os países pode ser um grande obstáculo para avanços significativos.
Alexandre Prado, líder em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, também expressa preocupação. Ele destaca que o Ministério das Relações Exteriores aponta a existência de 48 temas a serem tratados, mas o desafio é manter os países empenhados em cumprir os compromissos assumidos. A implementação de compromissos de financiamento, transição energética e fim do desmatamento até 2030 são pontos críticos que podem não ser adequadamente abordados.
A delegação brasileira, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, tenta priorizar temas como a construção de indicadores para o Objetivo Global de Adaptação e a implementação dos resultados do Balanço Global. No entanto, a falta de avanço em Baku [COP29] e a complexidade dos temas sugerem que a COP30 pode enfrentar sérios desafios, com poucas decisões concretas esperadas nas próximas semanas em Bonn.
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