As festas juninas, trazidas pelos portugueses durante a colonização, celebram santos católicos como Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo. No entanto, essas celebrações, repletas de fogueiras, quermesses e quadrilhas, escondem uma realidade menos festiva. Segundo Ana Beatriz Dias Pinto, professora da PUCPR, essas festas misturam devoção com práticas que podem ser vistas como supersticiosas e até perigosas.
A tradição da fogueira, originada de um acordo entre Isabel e Maria, simboliza a luz na escuridão, mas também pode representar a queima de tudo que é negativo na vida. No entanto, o ato de pular a fogueira, popularizado com a cantiga “Pula a fogueira, ioiô”, pode ser perigoso, resultando em acidentes e lesões frequentes durante as festividades.
O arraial, uma recriação de uma aldeia sagrada, reflete uma organização social católica, mas também pode ser visto como uma idealização romântica de uma sociedade que, na realidade, enfrenta inúmeros problemas sociais e econômicos. A quadrilha, com origem nas danças francesas, se tornou uma coreografia brasileira, mas muitas vezes reforça estereótipos de gênero e papéis sociais ultrapassados.
O pau de sebo, uma brincadeira tradicional, é visto por alguns como um símbolo fálico e até demoníaco, revelando como essas festas podem carregar significados controversos e até perturbadores. A quermesse, com suas barracas de jogos e comidas, embora seja uma celebração comunitária, também pode ser um lembrete do consumismo exacerbado e da exploração comercial das tradições culturais.
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