O 26º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), realizado na Cidade de Goiás, expôs as profundas desigualdades no tratamento entre cineastas indígenas e não indígenas. O evento, que terminou neste domingo (16), trouxe à tona a marginalização dos realizadores indígenas, como Takumã Kuikuro, do Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, que destacou a necessidade de superar narrativas etnográficas limitantes.
Takumã Kuikuro, premiado em festivais como Gramado e Brasília, e até internacionalmente em Montréal, Canadá, lamenta a falta de reconhecimento contínuo para cineastas indígenas. Apesar de suas conquistas, ele aponta que o cinema indígena ainda é marginalizado, com poucos indígenas participando de festivais importantes após suas vitórias.
Vincent Carelli, cineasta e indigenista, membro do júri do Fica 2025, observa que a colaboração entre indígenas e não indígenas no cinema ainda é marcada por tensões e assimetrias. Ele critica a falta de respeito e a exploração histórica dos povos indígenas por parte de cineastas e pesquisadores não indígenas, que muitas vezes se colocam em posição de superioridade.
Kléber Xukuru, diretor da Ororubá Filmes, reforça que o preconceito ainda impede os indígenas de ocupar espaços importantes no cinema. Ele destaca a resistência dos povos indígenas, que usam o audiovisual como uma ferramenta de luta contra a discriminação e a exclusão.
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