A sensação de insegurança no centro da capital federal, especialmente no Setores Comercial e Hoteleiro Sul, tem se tornado constante no dia a dia de alguns moradores, trabalhadores e frequentadores da região, que conversaram com o Correio. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), ocorrências, como crimes ao patrimônio na Asa Sul, têm mostrado redução de 22,4% no ano passado em comparação a 2023. No entanto, relatos de medo e experiências negativas ainda fazem parte da rotina da região central de Brasília.
Para a professora Selma Barros, 40 anos, que frequenta o Setor Comercial Sul (SCS), o receio está sempre presente. “Há muitas pessoas usando drogas a qualquer hora do dia. Mesmo com a recente revitalização (urbanística) e a existência de um posto policial , a sensação de perigo só aumenta”, avaliou a educadora.
Para ela, faz falta um olhar mais atento das autoridades em relação àquela área. “Precisamos de uma atuação mais forte do poder público. O policiamento melhorou, a iluminação, também, mas ainda há muito o que fazer, principalmente em relação às pessoas em situação de rua. É um problema que precisa ser solucionado”, enfatizou Selma.
Outra pessoa que costuma ir muito ao SCS, o advogado Bruno Márcio, 26, faz eco aos que se sentem vulneráveis naquela parte da capital federal. “A segurança no Setor Comercial é defasada, e isso afeta tanto a população quanto o comércio”, opinou.
O advogado disse que presenciou assaltos na área. “Nunca aconteceu nada comigo, mas vi pessoas sendo assaltadas enquanto estavam distraídas usando o celular”, contou. À noite, segundo ele, o local fica mais perigoso. “Às 18 horas, está escuro. Então, é uma insegurança total, mesmo”, afirmou.
Antônio Fernandes, chefe de segurança patrimonial do Hotel San Marco, no Setor Hoteleiro Sul, confirmou o que Márcio disse: durante a noite, a área se torna praticamente incontrolável. “A insegurança aqui não é sensação, é realidade. Vemos moradores de rua usando drogas, quebrando carros e, até, casos graves, como tentativas de homicídio. À noite, as redondezas viram quase uma cracolândia. Ficamos à mercê da marginalidade”, reclamou.
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