“Estamos no momento do primeiro genocídio digital e as pessoas não se sensibilizam”. A reflexão sobre o extermínio dos palestinos, provocada pelo professor Walter Lippold, foi tema de debate na CryptoRave, encerrada neste sábado (17) em São Paulo. Lippold, em parceria com Deivison Faustino da USP, rotulou as big techs como “necrocorporações” no contexto dos ataques de Israel. No evento, Lippold destacou que o genocídio digital não só mata palestinos, mas também jornalistas e equipes de ajuda humanitária, através de um terror psicológico constante, com drones e vigilância digital.
Lippold, que leciona na UFRGS, comparou a situação atual com períodos históricos como a guerra da Argélia e a do Exército britânico contra os bôeres, mencionando também o uso de tecnologias de predição pelo governo de Barack Obama. Ele explicou que essas tecnologias permitem ataques precisos, como o caso de uma menina de 9 anos morta no Líbano em 2024 por um ataque com pager AR-924. Segundo a ONU, de novembro de 2023 a abril de 2024, quase 70% das vítimas em Gaza eram crianças e mulheres, com 80% delas em edifícios residenciais.
O trabalho de Lippold é influenciado por Frantz Omar Fanon, que associava colonialismo, capitalismo e racismo. Deivison Faustino, também palestrante, afirmou que o racismo é essencial para entender o capitalismo, destacando a construção de “outros matáveis”. Em julho de 2024, Netanyahu defendeu Israel no Congresso dos EUA, apresentando documentos para mostrar medidas de apoio humanitário, mas a acusação de genocídio persiste.
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