A mineradora Samarco, envolvida no desastre da barragem de Fundão em Mariana, Minas Gerais, em 2015, prorrogou o prazo de adesão ao Programa Indenizatório Definitivo (PID) até 4 de julho, deixando as vítimas em um estado de angústia e incerteza. O prazo anterior se encerraria no dia 26, mas a companhia decidiu estendê-lo, alegando que pagará R$ 35 mil para cada pessoa ou empresa elegível. No entanto, a condição para receber essa quantia é a assinatura de um Termo de Quitação, que obriga os afetados a renunciarem a todas as ações judiciais relacionadas ao desastre, tanto nacionais quanto internacionais.
Enquanto isso, na justiça inglesa, desde 2018, cerca de 620 mil pessoas, incluindo comunidades indígenas, quilombolas, empresas e instituições religiosas, processam a BHP Billiton, uma das controladoras da barragem, junto com a Vale S.A. e a própria Samarco. Os advogados dos atingidos buscam uma indenização de aproximadamente R$ 260 bilhões, alegando perdas imensas, como propriedades, renda, aumento de despesas, impactos psicológicos e falta de acesso a água e energia elétrica. A primeira fase do julgamento já foi encerrada, com a expectativa de uma sentença em breve, mas a segunda fase só está prevista para 2026, prolongando ainda mais o sofrimento das vítimas.
Recentemente, 21 municípios, incluindo Mariana e Ouro Preto, entraram com uma ação civil pública contra as mineradoras, pedindo R$ 46 bilhões em indenizações. Esses municípios se recusaram a aderir ao acordo de repactuação homologado pelo STF em novembro de 2024, argumentando que não houve reparação efetiva dez anos após a tragédia. O desastre, que ocorreu em 5 de novembro de 2015, liberou 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos, destruindo distritos como Bento Rodrigues e Paracatu, e afetando dezenas de municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo, além de causar 19 mortes.
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