Com 75 anos de história, a Motocana atravessa um momento de renovação estratégica. A empresa, fornecedora de soluções hidráulicas e equipamentos para movimentação de carga, nomeou recentemente Antonio Semmler como novo diretor de operações, e aposta na diversificação e no fortalecimento de suas linhas voltadas ao agronegócio, especialmente nos segmentos canavieiro e florestal.
Após anos difíceis, a companhia — que já faturou R$ 70 milhões — viu sua receita cair para R$ 35 milhões em 2022. Desde então, iniciou um ciclo de recuperação. Em 2023, cresceu 45%, mas em 2024 acompanhou a retração do setor de máquinas em geral – que caiu 19,9%– e teve um faturamento 10% menor. Agora, Semmelr garante que as vendas crescerão entre 7% e 9% em 2025.
Parte desse otimismo vem do lançamento de novos produtos, da retomada da linha de guindastes rodoviários e da previsão de liberação do Plano Safra, que deve impulsionar a demanda reprimida por equipamentos.
Fundada em 1959 em Piracicaba (SP), para atender às usinas do grupo Tavares de Almeida — dono também das cachaças Velho Barreiro e Tatuzinho, de imóveis, usinas, postos e um banco — a Motocana especializou-se em soluções sob medida para demandas que não eram atendidas pelas grandes fabricantes.
Atualmente, cerca de 91% das receitas da Motocana vêm do agronegócio. A empresa atua nos setores florestal, canavieiro, de sucata, dendê (palma), carregamento de bags e apoio a bombeiros — mas não atua no setor de grãos.
No segmento canavieiro, um dos principais mercados da empresa, a Motocana comercializa três equipamentos: carregadores de cana, sondas oblíquas para amostragem (nas quais é líder de mercado) e, mais recentemente, lançou uma cortadora de cana inteira. A máquina, acoplada a um trator agrícola, pode cortar duas linhas de cana simultaneamente.
“Ela foi pensada para áreas de baixa produtividade, em que o uso de colhedoras tradicionais não se justifica devido ao alto custo — geralmente em lavouras abaixo de 70 toneladas por hectare. Além disso, atende engenhos e áreas com escassez de mão de obra, substituindo o corte manual”, explica Semmler.
Outro movimento estratégico foi a retomada da linha de guindastes rodoviários, que havia sido descontinuada por decisão da diretoria anterior. A expectativa é que esses equipamentos contribuam com um aumento de até 5% no faturamento já no segundo semestre.
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