A Petrobras anunciou na noite desta sexta-feira (23) a saída abrupta de Mauricio Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade. Tolmasquim, que deixará o cargo na próxima terça-feira (27), vai assumir um posto na Eletrobras, levantando preocupações sobre conflitos de interesse. A decisão foi tomada pelo conselho de administração da estatal, após Tolmasquim notificar sua indicação para o conselho da Eletrobras há dois meses.
A saída de Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é um duro golpe para a Petrobras, especialmente em um momento crítico de transição energética. Sua expertise em energia e sustentabilidade era vital para a empresa, que agora enfrenta um futuro incerto sem sua liderança. William França assumirá interinamente, mas a troca levanta dúvidas sobre a continuidade dos projetos de sustentabilidade.
Uma das últimas ações de Tolmasquim foi a atualização do Caderno de Mudança do Clima, revelando que as emissões de GEE da Petrobras estão estagnadas, com 47 milhões de toneladas de CO² em 2023, apenas ligeiramente abaixo dos 48 milhões de 2022. Essa estagnação é alarmante, especialmente quando se considera a necessidade de redução drástica das emissões para cumprir metas de descarbonização.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Tolmasquim expressou que, apesar da mudança de nome na diretoria, os planos de descarbonização devem continuar. No entanto, a saída de uma figura tão influente levanta dúvidas sobre a eficácia e o compromisso real da Petrobras com a sustentabilidade, deixando o futuro da empresa em um cenário sombrio.
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